A BOSS chegou a Milão com The BOSS Paradox, a sua coleção Spring/Summer 2026. A marca jogou com a mistura de ordem e desordem numa única narrativa. A coleção movimenta-se entre a precisão minimalista de Dieter Rams e a liberdade caótica de Pina Bausch. Os looks combinam cortes geométricos e sóbrios com volumes inesperados e gestos de improvisação calculada.
O desfile teve lugar na Fonderia Macchi, intervencionada pelo artista holandês Boris Acket com a sua instalação Aesthetics of Decay. Uma folha que se enruga e envelhece ao vivo projetava luzes cambiantes sobre a passerelle. A encenação reforçou a ideia da BOSS: uma moda que não se apresenta estática, mas em constante tensão entre o controlado e o imprevisível.
A equipa de Marco Falcioni levou a referência arquitetónica e funcionalista dos anos sessenta a silhuetas limpas. Mas rompeu essa linha com gestos de caos, incluindo drapeados, texturas com vida própria e cortes menos previsíveis. Essa fricção sustentou a narrativa da coleção.
A conversa estendeu-se ao mundo digital com colaborações de artistas que trabalham com inteligência artificial, como Sybille de Saint Louvent, Andrés Reisinger, Joann e Sasha Stiles. Cada um trouxe a sua visão ao conceito de paradoxo. O resultado incluiu gravatas cromáticas, arquiteturas têxteis e peças audiovisuais poéticas. Com isto, a BOSS marcou a sua intenção de se posicionar na fronteira entre moda e novas tecnologias.
Mais de 600 convidados estiveram no front row. Entre eles, David Beckham, Khaby Lame, Meghann Fahy, Chloe Bailey e Hande Erçel, assim como artistas e criativos como Neville Wakefield, Ludovic Nkoth, Lea Colombo e Eliza Douglas. O desfile foi também entendido como um espaço de cruzamento cultural. O fecho ficou a cargo de S.COUPS, estrela do K-pop e embaixador da marca, que criou o momento mais viral da noite.
Em definitivo, a BOSS apresentou em Milão uma estratégia que se apropria da paradox como novo código estético. Não se trata de escolher entre ordem ou desordem, mas de usar ambos para construir uma identidade contemporânea que funcione tanto na passerelle como no ecossistema digital.
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