A HUMAN MADE acaba de marcar um antes e um depois na indústria. O projecto fundado por Nigo e apoiado há quase dois anos por Pharrell Williams estreou-se na semana passada na Bolsa de Tóquio com uma valorização de 13%. Com este movimento, torna-se a primeira marca de streetwear a cotar num mercado bolsista. É uma operação histórica que, para além do entusiasmo inicial, redefine os limites do sector.
A força do fenómeno
No início de Novembro foi anunciada a IPO, acompanhada por uma avaliação próxima dos 460 milhões de dólares. O mercado reagiu de imediato: a procura por acções superou mais de sessenta vezes a oferta disponível. Trata-se de um indicador excecional que reforça a confiança no modelo de negócio da marca e no seu potencial de crescimento
No dia da estreia, o título —negociado dentro do índice Nikkei— chegou a atingir um pico intradiário de 26%, estabilizando depois num resultado final de +13%. Este comportamento é incomum para uma marca de moda independente, mas reflecte o estatuto de culto global que a HUMAN MADE consolidou entre o público japonês, a comunidade hypebeast internacional e, agora também, os investidores institucionais.
O que representa este passo para o streetwear
A entrada da HUMAN MADE em bolsa abre uma porta que, até agora, permanecia fechada ao streetwear. Apenas os grandes conglomerados de luxo tinham conseguido um salto semelhante. Por isso, a chegada de Nigo e Pharrell ao mercado bolsista cria um precedente que pode influenciar toda uma nova geração de labels.
Ao mesmo tempo, a cotação implica novas exigências: maior transparência, uma governação mais rígida e um crescimento sustentado. Mas oferece também vantagens essenciais. A marca ganha acesso a capital fresco e a uma visibilidade institucional capaz de acelerar a sua expansão global.
Os próximos passos da HUMAN MADE
Segundo meios de comunicação asiáticos, a marca já trabalha num plano destinado a diversificar a sua presença internacional. O objectivo é reduzir a dependência de um único mercado, algo crucial no actual contexto geopolítico entre o Japão e a China.
Nos próximos dois anos, a HUMAN MADE aumentará o seu alcance sem perder solidez na sua base. A marca abrirá novas flagship stores em Tóquio e Osaka para reforçar a sua presença no mercado doméstico, onde a procura continua a crescer.
Em paralelo, avançará na expansão pelo Sudeste Asiático. Para isso, abrirá partner stores em Seul e Banguecoque, duas cidades-chave para a moda contemporânea na região.
A isto junta-se um impulso mais forte nos Estados Unidos. O mercado norte-americano é decisivo para escalar receitas e consolidar o posicionamento global da marca. A China continuará a ser importante, embora deixe de ser o único motor de crescimento.
Pode a HUMAN MADE reactivar o streetwear?
O sucesso da estreia em bolsa envia uma mensagem clara, o streetwear mantém o seu apelo quando assente numa visão sólida, numa comunidade fiel e numa identidade autêntica. A evolução do título nos próximos meses mostrará se o mercado vê este movimento como um caso isolado ou como o início de uma nova fase para a categoria.
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