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Priscilla Delgado: “se tens um foco, entendo que tens uma responsabilidade”

Com apenas 23 anos, esta actriz espanhola de ascendência porto-riquenha personifica o sonho de Hollywood. Após uma carreira precoce mas extensa, o seu recente papel na nova temporada de Euphoria, ao lado de Zendaya e Rosalía, colocou-a no centro dos holofotes.

Priscilla Delgado: “se tens um foco, entendo que tens uma responsabilidade”

São 9 da manhã quando Priscilla chega ao estúdio a sorrir, distribuindo abraços. Tem a pele muito clara e uns olhos grandes e expressivos; o cabelo despenteado e um corpo pequeno, de cintura fina. Guarda alguma semelhança com uma das suas actrizes favoritas de sempre, Natalie Wood, e, tal como o seu ídolo, irradia naturalidade e sensualidade sem esforço. Nascida em Porto Rico em 2002 e criada em Madrid — filha de pai espanhol e mãe porto-riquenha — começou a trabalhar como actriz ainda criança. Tinha apenas oito anos quando se destacou com o seu olhar de Bambi como a pequena de Los protegidos. No seu currículo abundam outras séries e um bom conjunto de filmes: Amador, de Fernando León de Aranoa; Las brujas de Zugarramurdi, de Álex de la Iglesia; ou Julieta, de Pedro Almodóvar.

Em 2015, fez o seu primeiro filme em inglês, El mal que hacen los hombres (Ramón Térmens), e foi aí que começou a trabalhar com os seus actuais agentes nos Estados Unidos. A partir desse momento, começou a fazer castings em inglês e, aos 17 anos, mudou-se para Los Angeles, onde pouco depois iniciou a sua formação em arte dramática no The Lee Strasberg Theatre & Film Institute.

HIGHXTAR (H) – Eras uma criança quando te colocaste pela primeira vez diante de uma câmara. Lembras-te dessa sensação?

PRISCILLA (P) – Claro. Foi para um anúncio de Castela-La Mancha. Era o primeiro casting a que me apresentei e foi um sonho. Tinha cinco anos e foi uma aparição muito bonita, quase onírica, entre moinhos. Para mim, entrar num set sempre foi um lugar onde dar asas à criatividade, um lugar onde me sinto feliz.

(H) – Desde então não paraste. Vocação ou determinação?

(P) – Com oito anos era eu quem pedia aos meus pais, até antes disso. Acho que sem vocação, não teria continuado. Isso esteve sempre presente em mim. Talvez não haja uma explicação racional para uma vocação tão precoce, mas sempre fui uma criança com muita vontade de me exprimir. E a minha família entendeu que me introduzir tão pequena num universo de adultos era algo muito delicado.

(H) – E como conciliavas o trabalho com a escola e os estudos?

(P) – Bem, na verdade. No outro dia comentava com um amigo que, quando estavam a dar a aula sobre como funciona a hora num relógio, eu estava a fazer um filme em Logronho, por isso demorei a percebê-lo… Mas sempre tive tutor nas rodagens. Graças a Deus, os professores sempre foram muito compreensivos e tive alguns que insistiam realmente para que eu cumprisse o que tinha de cumprir. E a esses professores guardo mais carinho do que aos que me facilitaram a vida.

Mudei várias vezes de escola, mas o Ramiro de Maeztu foi o melhor, porque não tornava as coisas fáceis. E as disciplinas de que mais aprendia eram aquelas em que não tirava os 8 ou 9 que gostava de tirar, mas sim os 5 sofridos. Depois, na época em que passei para o ensino secundário, fui para o Jesús Maestro, uma escola teresiana que me fez muito bem. Nunca tinha vivido uma experiência em sala de aula onde se começava o dia com a palavra de Deus. Foi um tempo de paz no meio da ebulição da adolescência, em que a fé também teve um papel muito presente.

(H) – De que forma sentes a diferença geracional no trabalho?

(P) – Sempre fui a mais nova do grupo e, por vezes, isso torna difícil conquistar respeito num mundo de adultos. Mas depois, quando te conhecem, acontece naturalmente. Trabalhar com pessoas da minha idade também é muito bonito. Há algo no facto de termos acabado de entrar no mundo e uma ambição de contar e criar que é muito difícil de combater.

(H) – Isso deve ter-te ajudado a amadurecer mais depressa do que outras pessoas da tua idade.

(P) – Sim, sobretudo por estar rodeada de informação e de pessoas com trajectos e muita experiência. Imagina ser uma criança em pleno desenvolvimento e poder ver, ouvir e apreciar de perto mentes e universos como os de Pablo Berger, León de Aranoa, Almodóvar, García Sánchez e agora Sam Levinson. Fui muito afortunada por poder aprender e desfrutar dos seus testemunhos ao vivo e em directo.

(H) – Uma questão que paira sempre sobre as figuras públicas é falar ou não falar de política.

(P) – Se tens um foco, entendo que tens uma responsabilidade. Mas também acho que é preciso deixar falar as pessoas que realmente têm informação, as que sabem verdadeiramente das coisas. A política, embora seja absolutamente necessária e indispensável para o avanço da nossa sociedade e das causas sociais, infelizmente às vezes divide. Mas acredito que são muito mais as razões que nos unem, e é aí que se torna importante levantar a voz.

(H) – Toda a gente te pergunta por Zendaya ou por Rosalía e, embora não possas revelar nada, que impressão tiveste ao trabalhar com elas?

(P) – Quando trabalhas com alguém que admiras profundamente, preferes calar e ouvir o que o outro tem para dizer. Mas foi um privilégio vê-la trabalhar, não só como actriz, mas também como produtora do programa. Ela supervisiona o processo.

Descobre o resto da entrevista no número 3 da HIGHXTAR.

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